quinta-feira, 27 de agosto de 2009

XII FESTIVAL GASTRONOMICO DE TIRADENTES


Vamos dar uma voltinha até uma cidade histórica erguida em uma arquitetura colonial em Minas Gerais, e essa cidade é Tiradentes que recebe há 12 anos o Festival de Cultura e Gastronomia. Sucesso total todos os anos sendo um dos maiores eventos do mercado gastronômico cultural do Brasil e aprovado pelos gourmets e comilões de plantão, tour gastronômico, cursos, palestras, degustações, shows, teatro e dança, fazem parte do evento não se esquecendo dos inusitados jantares espetaculares espalhados por outros pontos da cidade com grandes nomes da gastronomia.


O XII Festival de cultura e gastronomia de Tiradentes, recebe cerca de 15 mil pessoas no decorrer do evento todos os anos, com muita música os turistas circulam nos Stands do Mercado Gastronômico montado na praça da Rodoviária.
O espaço destinado ao evento já foi palco de muitas manifestações culturais, onde marcou época e hoje sede o espaço para receber o melhor da gastronomia e chefs consagrados.

Segue uma das Receitas premiadas no festival:


RECEITA VENCEDORA DO CONCURSO TERRA DE MINAS - Rita de Cássia Alves Cunha -BH-MG


Bacalhau à Mineira


Ingredientes:

1 kg de bacalhau

1 queijo Minas médio

100 g de castanha de caju

100 g de uvas passas escura ou clara

200 g de azeitona preta

200 g de azeitonas verdes

2 colheres de massa de tomate

1 cabeça de alho

1 pimentão verde

1 pimentão amarelo

1 pimentão vermelho

2 cebolas média Batata palha a gosto Azeite a gosto Sal a gosto


Preparo: Coloque o bacalhau de molho por 24 horas. Troque a água e coloque no fogo para ferver por cerca de 10 minutos.

Deixe esfriar e limpe o bacalhau, desfie o bacalhau e reserve. Corte os pimentões e as cebolas em Julliene (tirinhas finas), pique as azeitonas e o alho. Numa panela, coloque o azeite, doure o alho, coloque o bacalhau e deixe fritar por cerca de cinco minutos.


Coloque as azeitonas, dilua a massa de tomate em 200 ml de água com uma pitada de açúcar para quebrar a acidez e junte ao bacalhau. Deixe ferver por uns minutos e ajuste o sal. Coloque um pouco dos pimentões picados e da cebola. Reserve o restante e desligue o fogo. Em uma travessa de vidro, coloque azeite ao fundo e intercale camadas de queijo Minas ralado, bacalhau e batata palha.


A cada camada de bacalhau coloque um pouco de cebola e de pimentão que foi reservado e a castanha de caju picada. Quando acabar as camadas, leve ao forno e deixe gratinar. Se quiser, pode colocar azeite em cada camada de bacalhau. Servir quente com arroz branco.


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O TOQUE DO CHEF


Boa Tarde, como alguns sabem eu adoro cozinhar e sou adepto de uma opinião onde sempre digo que o melhor lugar da casa é a cozinha. Às vezes sou um pouco mal humorado quando vejo bagunça em minha cozinha, pois cozinhar é coisa séria, mas não ao ponto de deixar a descontração de lado, pois como já dizia Charles ChaplimUm dia sem rir é um dia perdido”, então para quebrar o gelo vamos ascender as bocas do fogão escutando nada mais que Frank Sinatra, a dica é começar com alguns clássicos.


O toque do Chef hoje é :


-As time goes by


-Can’t take my eyes off you


-Come Fly with me


-Downtown


-Fly me to the moon


-Hello Dolly


-Moon River


Boa tarde a todos e um grande abraço!

A HISTÓRIA DO PÃO


1-A DESCOBERTA DO PÃO (PRÉ-HISTÓRIA)


Quando o homem deixou de ser nômade para se dedicar à agricultura, deu um importante passo para sua evolução. Isso aconteceu quando ele descobriu que alguns grãos que cresciam soltos pela natureza podiam ser plantados e cultivados. Eram vários os tipos de grãos, entre eles, a aveia, a cevada, o sorvo e, claro, o trigo. Naquela época os grãos não eram iguais aos que a gente encontra hoje, eram o que chamamos de "grãos selvagens" que, ao longo dos séculos, foram se modificando.


Diferentes povos, desde a pré-história até o Mundo Antigo, utilizaram esses grãos para a alimentação, ou fazendo uma espécie de mingau, ou cozinhando um tipo de bolo não levedado, que ainda não era realmente o que a gente pode chamar de pão.


Mas foi há mais ou menos 6 mil anos que os egípcios descobriram, sem querer, a fermentação do trigo, descobrindo, desta forma, o pão. Os egípcios rapidamente aprimoraram as receitas do pão, modificando-as e criando diferentes formas, sabores e usos.


Desde a sua descoberta até hoje, o pão sempre esteve ligado à vida do homem tanto como alimento quanto como símbolo econômico, político, religioso, artístico e cultural. Essa é a nossa homenagem ao "pão nosso de cada dia".



2-O PÃO E A MOEDA – EGITO


No Egito, o pão era o alimento básico. Os pães preparados com trigo de qualidade superior eram destinados apenas aos ricos. Durante séculos, os celeiros eram de propriedade dos governantes, que mantinham domínio dos cereais e do pão.


Os faraós tinham sua própria padaria, a padaria real (que era, inclusive, enterrada com eles). Os celeiros também pertenciam aos faraós. Os egípcios se dedicavam tanto ao pão que eram conhecidos como "comedores de pão" e eram, com certeza, os melhores padeiros do mundo antigo. Os egípcios dedicavam muito tempo e muito espaço para o preparo do pão. Os fornos, naquela época, às vezes ocupavam uma área do tamanho de um campo de futebol.

Mas o pão para os egípcios era muito mais importante. Com o pão também se pagavam os salários: um dia de trabalho valia três pães e duas canecas de cerveja.
Assim como a troca de mercadorias e de serviços, a utilização do pão como pagamento ou complemento de um salário era costume que ainda continuaria por muitos séculos, até a Idade Média.

Hoje em dia o valor do pão está em ser um alimento barato, nutritivo e muito saudável. O pão, hoje, está presente na mesa de todas as classes sociais, e são muitos os tipos de pães, desde os mais baratos e populares até os mais sofisticados.
O bom é que hoje, diferente do que acontecia no Mundo Antigo e na Idade Média, a gente sempre pode encontrar um pão quentinho bem perto de casa.



3-O PÃO DA SANTA CEIA


O pão é vida. É o alimento básico, o nosso sustento mais comum. Mas ele não é só alimento para o corpo, ele é o símbolo do alimento para a alma, presente em várias religiões e crenças.


A história de Jesus Cristo está cheia de situações relacionadas ao pão. Jesus nasceu em "Belém", que significa "Casa do pão". Um de seus milagres mais conhecidos é a multiplicação dos pães quando, com apenas 7 pedaços de pão, alimentou uma multidão de mais de 4 mil pessoas que o aguardavam. Daí, talvez, a expressão "Deus dá pão a quem tem fome". Muitos seguidores de Jesus, numa época de fome, lhe pediam pão, mas Jesus respondia "eu sou o pão da vida". Na oração mais famosa do mundo cristão, podemos ouvir: "o pão nosso de cada dia nos dai hoje".

Mas foi na Santa Ceia que o pão recebeu seu maior valor, nas palavras de Jesus que, levantando um naco de pão, ofereceu-o a seus discípulos, dizendo: "Tomai e comei todos vós, este é meu corpo, que é dado por vós... fazei isto em minha memória".

O pão é assim, um símbolo diário que nos lembra que o importante é alimentar corpo e alma, é dividir o que temos com o próximo.


4-O PODER E O PÃO


Desde sempre o pão esteve ligado ao poder e à política. A vida administrativa no antigo Egito girava em torno do pão, que também foi o ponto de partida da legislação religiosa e social dos judeus.


Os gregos tinham seus deuses do pão e do cereal e os romanos fizeram do pão sua política de dominação: pão e circo! Foi assim que se construiu o Império Romano. O pão continuou sendo importante para os cristãos, pela vida e pelo exemplo de Jesus Cristo.


Na Idade Média, o padeiro exercia um certo poder, pois, nas cidades que começavam a surgir, a profissão de padeiro era uma das mais protegidas e prestigiadas. Ser padeiro, naquela época, era um processo difícil, que exigia anos de aprendizagem e disposição. Ser padeiro era participar de um grupo restrito e poderoso.


Chegou até nós uma história singular do poder e da coragem dos padeiros na Idade Média: conta-se que no fim do século XVI, a cidade de Viena, na Áustria, estava cercada pelos turcos. Viena, naquela época, contava com os melhores padeiros da Idade Média.

Como o cerco à cidade já durava muito tempo, os vienenses, sentindo as dores da fome, estavam prestes a se entregar, quando um audacioso padeiro pediu para tentar uma última estratégia. Ele foi até o celeiro real e preparou uma grande quantidade de um pequeno pão. Assim, o heróico padeiro saiu da cidade e, arriscando a própria vida, foi vender os pães entre os sitiadores.


Os turcos, vendo aquela exibição de abundância, acreditaram que os vienenses tinham ainda muito alimento e nunca se renderiam. Resultado, os invasores se retiraram e os vienenses conseguiram sua vitória, graças à audácia e coragem de um padeiro.


5-SANTA ISABEL


Conta-se que, no ano de 1333, em Portugal, houve uma fome terrível da qual nem os ricos eram poupados. Reinava, então, D. Diniz, casado com D.Isabel, uma rainha cheia de virtudes. Para aliviar a situação de fome, ela empenhou suas jóias e mandou vir trigo de lugares distantes para abastecer o celeiro real, e assim manter seu costume de distribuir pão aos pobres durante as crises.


Num desses dias de distribuição, apareceu inesperadamente o rei. Temendo a censura, ela escondeu os pães no colo, cobrindo-os. O rei percebeu o gesto e perguntou, surpreso:


- Que tendes em teu colo?


A rainha, erguendo o pensamento ao Senhor, disse com voz trêmula:


- São rosas, senhor.


O rei replicou:


- Rosas em janeiro? Deixe que eu as veja e sinta seu perfume.


A rainha Isabel abriu os braços e no chão, para pasmo geral, caíram rosas frescas, perfumadas, as mais belas até então vistas.


D. Diniz não se conteve e beijou as mãos da esposa, retirando-se, enquanto os pobres gritavam:
- Milagre! Milagre!


Santa Isabel é a padroeira dos padeiros / panificadores, e seu dia é comemorado em 08 de julho.


6-O PÃO E A REVOLUÇÃO


Era o fim do século XVIII. Na França acontece uma seca nunca antes vista. Os camponeses não tinham quase nada mais para colher, a fome se espalhava. Os rios secaram e nenhum vento soprava para fazer girar os moinhos, então, não se moia o trigo, não havia mais farinha e quase nenhum pão era feito.


A população, com fome, começou a desconfiar de que existia uma grande conspiração para matar de fome o povo francês. Diziam que a corte, o clero, os deputados e os oficiais do exército estavam escondendo os cereais, pois não achavam que era possível que o trigo houvesse simplesmente desaparecido. Homens, mulheres e crianças foram até o Palácio de Versalhes, mas o que encontraram lá foi, também, um Palácio sem água e sem muitas regalias.


O povo, ainda descontente, começou a duvidar dos padeiros. A fome era generalizada e, como diz o ditado, "casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão". A população começou a achar que quem escondia a farinha eram os padeiros, com o objetivo de aumentar o preço dos pães. No dia 20 de outubro, um padeiro chamado Denis François tenta acalmar uma mulher que veio fazer um escândalo em seu estabelecimento. Como a padaria ficava perto de onde os deputados se reuniam, acusavam o padeiro de favorecer aos deputados. Ele convidou a mulher para que entrasse e verificasse se havia farinha escondida. A mulher, com fome de dias, encontra 3 pães que estavam ali guardados para consumo dos empregados, agarra um deles e grita para os manifestantes: "Ele tem pão! Tem farinha escondida!".


Os manifestantes invadem a padaria, arrastam o padeiro e o enforcam na Praça da Greve.
O tempo passou, os ânimos se acalmaram, e homens livres começaram a cultivar o trigo e a fabricar o pão que, agora, era de qualidade e para todos.


7-ENFARINHADOS - O PALHAÇO E O PÃO


Colocar palhaços na história do pão não é uma coisa sem pé nem cabeça. Antigamente, quando ainda não existia a maquiagem, os palhaços, para ficarem com a cara branca, espalhavam farinha pelo rosto e pelas mãos. Por isso, naquela época, muitos artistas eram conhecidos como "enfarinhados".


Aliás, existe uma lenda que nos explica como o palhaço começou a usar a cara branca: Dizem que em Paris, há quase 400 anos, existia um padeiro conhecido como "Gross Guillaume", que significa o "Gordo Guilherme". Ele trabalhava muito em sua padaria e, depois de fechá-la, tinha de sair correndo para o teatro, onde atuava, trocar de roupa e entrar em cena. Um dia, ele se atrasou mais do que de costume e não teve tempo sequer de lavar o rosto. Entrou em cena assim, com a cara toda coberta pela farinha dos pães. O resultado foi que o público achou graça daquela cara branca e vários palhaços passaram, então, a usar a farinha para clarear o rosto.


Do trigo ao pão: o pão como moeda, o pão e as religiões, o pão e o poder, o pão e a política, o pão e o circo, o pão e a cultura dos povos. Essa é a nossa homenagem ao "pão nosso de cada dia".


domingo, 23 de agosto de 2009

Gourmet


A palavra gourmet tem ascendência francesa e o seu significado original designava os bons apreciadores de vinho, os verdadeiros conhecedores. Atualmente já faz parte do vocabulário português e alargou o seu âmbito a tudo o que se relaciona com os prazeres da mesa, sempre na perspectiva da autenticidade e da qualidade.É um conceito muito cosmopolita, disso não há dúvida.

Um gourmet do século XXI será alguém que viaja muito e gosta de conhecer os sabores mais tradicionais e genuínos dos sítios por onde passa, ou alguém que faz da experimentação dos paladares de outras paragens uma forma muito prazenteira de viajar sem sair do mesmo lugar.

A associação do deleite gastronômico com a possibilidade de evasão resulta numa fórmula tão bem sucedida que deu origem a uma nova classe de consumidores. E os negócios direcionados para eles não param de proliferar.É também muito interessante verificar que este fenômeno se tem desenvolvido um pouco como contraponto da fast-food. Associados ao ritual gourmet encontram-se muitos outros aspectos, para além da seleção criteriosa dos componentes de uma refeição.

O tempo, por exemplo, é um deles. O tempo suficiente para apreciar-se devidamente o que se ingere. O modo é outro aspecto. O modo como se fatia o queijo ou como se serve o vinho.Nada é como antes. Fazer uma lista de compras para entregar a outra pessoa, por exemplo, requer muito mais atenção aos pormenores. Afinal, se o comprador de serviço ler “azeite”, vai passar um mau bocado a varrer com os olhos metros e metros de prateleiras onde se alinham garrafas de todas as formas, com imensa informação nos rótulos, com conteúdos mais ou menos ácidos, mais ou menos temperados com ervas aromáticos... Enfim, talvez seja por isso que se encontra tanta gente a falar ao celular nos supermercados.As vantagens são, no entanto, largamente superiores a estes pequenos percalços.

A “moda” gourmet incentiva a promoção dos produtos regionais, desenvolve nos aderentes uma maior preocupação com a qualidade dos alimentos, saúda soluções ecológicas e saudáveis como a cultura biológica, permite introduzir um toque de novidade na refeição mais simples e, porque a época do ano não nos deixa esquecer, abre todo um novo leque de soluções para presentes.